Galeria de Pinturas

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Desemprego - Separar o Trigo do Joio


É com imensa tristeza que todos os dias ouço ou leio sobre o aumento da taxa de desemprego em Portugal.  E todos sabemos o que isso significa para o país, para todos nós, os que ainda temos trabalho e lá vamos fazendo os nossos descontos, mas sobretudo para o grande número crescente de famílias em dificuldades. 
No entanto,  parece haver um certo número de pessoas que não compreende a riqueza que é ter um emprego, um trabalho. 
E eu não entendo porque é que elas não entendem isto. 
Porque é que certas pessoas utilizam algumas artimanhas para continuar no desemprego ?  É porque ganham mais no desemprego ? É  porque não gostam de horários ?  É porque não gostam de trabalhar ?  
Eu até já perguntei, mas ninguém ainda me explicou assim claramente.  
Na empresa familiar onde trabalho, quase todas as semanas nos aparecem pessoas vindas do centro de emprego.  Nos últimos dois anos nem estavamos a precisar de ninguém  porque as coisas estiveram meio paraditas, e as pessoas que apareciam também não se enquadravam na nossa área específica.  Por isso, lá iam embora, depois de assinarmos o papel para o centro de emprego.  
Há coisa de uns meses, começaram a aparecer algumas pessoas com um pedido estranho.  
Algumas vezes calhou-me a mim atender algumas dessas pessoas e até foi  numa altura em que estávamos a precisar de recrutar 2 pessoas e tínhamos colocado um anúncio. Quando entravam e eu via que traziam os papéis do centro de emprego pensava "boa, estão a começar a chegar candidatos".  Perguntei se vinham pela oferta de trabalho e obtive a seguinte resposta  (isto de várias pessoas, em alturas diferentes) :"Ah, era só para ver se me podia assinar aqui estes papéis (trazia 3 ou 4, todos iguais e em branco), não é para preencher nem pôr a data".  Eram os papéis que teriam de entregar periodicamente no centro de emprego para comprovar que estavam activamente a procurar trabalho...
Fiquei um bocado atrapalhada e disse: "mas olhe, repare que nós até colocámos um anúncio no centro, no jornal e na rádio local, estamos a precisar de pessoas..."  e não me deixando acabar : "não, não é para trabalhar, é só mesmo para assinar". 
Eu acho que devo ter ficado de todas as cores, deitado fumo pelas orelhas, sei lá!  O que aquela pessoa me estava a pedir era para assinar em como tinha estado ali na empresa e que lhe tinha sido recusado um emprego, quando eu acabara de lhe dizer que estávamos a precisar de pessoas e que deveriamos passar para uma entrevista ( nem me deixou acabar a frase...) e que até poderia ficar logo a trabalhar. Mas o que me marcou mais foi o facto de a pessoa já vir preparada com uma série de papéis iguais, que iriam servir para evitar ter de andar por outras empresas ou de ter de voltar de 15-15 dias.  Assim levava o trabalho todo feito de uma só vez e depois só tinha de colocar as datas certas.
Eu entendi isto como uma farsa e disse logo que não podia ser, que aquilo estava errado e era ilegal... ao que me respondeu que outras empresas assinavam!

Para mim isto é f-r-a-u-d-e, com todas as letras! 

Só peço, por favor, se alguém me lê e que tenha ou trabalhe em empresas onde estes pedidos acontecem e assinam nessas condições, que por favor pensem bem no que estão a fazer. Se há oferta de emprego e a pessoa recusa não se assina nada!  Se não há oferta de emprego só se assina um papel, nada de assinar outros com datas em branco!  Ao fazer uma coisa destas não estamos a ajudar ninguém, só estamos a contribuir para a corrupção e para que cada vez mais pessoas se mantenham no desemprego quando poderiam procurar trabalho mais activamente.  E pensem nos custos dessas acções para todos nós!  
Infelizmente, esta situação já se repetiu mais vezes, até parece que as pessoas estão a passar a palavra... será que não vêm que quando o subsídio acabar as coisas vão ficar mesmo negras ?  
Eu já tentei pensar porque fazem isto e recuso-me a acreditar que seja por não quererem trabalhar.  Fico-me pela ideia de que talvez estas pessoas recebam mais no desemprego do que num novo trabalho onde têm por exemplo de começar como aprendizes.  Mas imaginemos esta situação:  uma pessoa desempregada recebe de subsídio 800,00 €, procura trabalho na sua área e não encontra.  Em alternativa pode começar noutra área mas o salário é de apenas 500,00 €.  É evidente que a decisão matemática certa é recusar.... 
E se houvesse uma solução do género:  a pessoa aceita o trabalho a receber 500,00 € e o subsídio de desemprego passaria a ser um complemento de emprego em que o estado só pagaria os restantes 300,00 € durante o tempo que duraria o desemprego caso não tivesse encontrado trabalho.  Acho que as duas partes ficariam a ganhar; a pessoa,  porque já estava novamente integrada no mercado de trabalho e ao longo do tempo e com as suas capacidades o salário iria aumentando e a fatia do estado iria diminuindo até desaparecer na altura em que terminaria o fundo de desemprego.  O estado ganharia em pagar menos de subsídio e ganharia nos descontos sobre os 500,00 € iniciais. 
Não sei se esta é uma ideia parva, se é possível ou não, se pode ser uma base para estudo (mas estudo rápido)  só sei que a continuarmos como estamos só vamos numa direcção..... para o fundo!

4 comentários:

  1. Margarida,
    Essa ideia é fantástica e se não me engano, pelo menos em França funciona.
    E podem arranjar trabalhos esporádicos e a segurança social só lhes paga o remanescente.
    Cá, possivelmente daria origem a outro tipo de fraude, mas só porque o sistema o permite.
    Porque é que o envio de um email a oferecer-se para trabalhar é válido? Faz sentido uma pessoa que se identifica como alguém que trabalhou num armazém (a vida inteira), enviar emails para um restaurate para o mesmo efeito? Pode enviar tb para um hospital e mostrar-se disponível para enfermeiro. Vai dar no mesmo, ou não?
    Em nada!!! Isto não constitiu prova de procura de emprego. Mostra só que estão a "mandar areia para os olhos"!

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  2. Olá Rita, muito obrigada pelo seu comentário. Pelo menos vejo que não sou a única a pensar nesta ideia que designei por "parva", mas se houver algo do género que incentive as pessoas a reentrarem no mercado de trabalho em vez de aguardarem pelo fim do subsídio, só poderá ser bom para todos. Se nos outros países já se faz algo do género, já que importamos tanta coisa, podiamos importar o sistema de controle do desemprego. Têm acontecido mais peripécias do género o que só vêm reforçar que é necessário fazer qualquer coisa o mais rápido possível. Um dia destes venho contar mais umas quantas...
    Beijinhos

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  3. Boa Tarde

    E se tiver 46 anos for casada, mãe de 3 filhos e quiser trabalhar, tirar cursos e perceber que pelo fato de ter a idade que tem não consegue sequer uma entrevista. As coisas não estão fáceis para os desempregados acima dos 35 anos.Eu pessoalmente trabalhei num escritório durante 23 anos era 1ª escriturária, tenho 12ºano e tenho muita vontade de trabalhar, vai se lá saber porquê, e nada, ainda mais encontro
    me em S. MIguel, onde os empregos já estão destinados aos familiares e amigos. Digam-me lá,o que devo fazer.Este sistema está todo minado,pagam-se cursos a quem não quer estudar,até dá dó, ver adultos nos cursos de formação (sem formação)e outros só por que o agregado trabalha não tem direito a nada. É muito triste...

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  4. Boa noite,
    A pessoa anónima tem toda a razão e não se enquadra definitivamente no post do meu "desabafo". É sem dúvida uma pessoa que pretende voltar a entrar no mercado de trabalho o mais rapidamente possível, desejo-lhe toda a sorte, não desista. Com 40 e picos somos muitos jovens para a reforma e "velhas" para trabalhar. Ao menos dêem oportunidade de mostrar o que as pessoas valem e a experiência deve contar muito. O post de "desabafo" surgiu mais como uma indignação quanto a pessoas que têm outra visão (ou tinham, porque o sub. desemprego não dura eternamente) e porque essas pessoas eram geralmente ainda bastante jovens, na maioria homens e via-se claramente que não vinham à procura de trabalho, só da assinatura em como tinham ido procurar emprego. O chato era que estávamos mesmo a precisar e os dias passavam e nada...

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