Adaptar a casa para pessoas com incapacidades

Existem muitos tipos e graus de incapacidade, mas na maioria dos casos é necessário fazer algum tipo de adaptação da habitação, em especial para ultrapassar problemas de acessibilidade.  Há dados que revelam que, pelo menos em 20% dos lares vive alguém com algum tipo de incapacidade, seja ela de motricidade, visual ou auditiva.  Em todos os casos é recomendado que se adapte a habitação para proporcionar uma vida mais cómoda e com qualidade.  Eis algumas ideias que podem ser úteis:

- A largura mínima para qualquer espaço de passagem onde possa entrar uma cadeira de rodas é de 80cm, isto no que diz respeito por exemplo, a portas.  No entanto, os corredores devem ter pelo menos 1,10m e para que a cadeira possa efectuar uma volta completa é preciso um diâmetro de 1,50m.

- Nos pavimentos e nas paredes é aconselhável utilizar materiais resistentes a golpes e riscos.  Os pavimentos devem ser lisos e anti-derrapantes e não devem ter tapetes porque podem ser um obstáculo à circulação.

- Se a incapacidade é visual, haver pavimentos diferenciados, como uma divisão com parquet, outra com alcatifa, outra com mosaico, podem constituir pistas tácteis para que a pessoa possa mover-se e situar-se com mais facilidade.

- As portas e janelas devem poder abrir-se apenas com uma mão.  As ideais são as de correr.

- É recomendado que nas casas de banho, as portas abram para o exterior e os puxadores não devem estar colocados muito altos.  Devem também poder abrir-se com a mesma facilidade tanto por dentro como por fora.

- Se a incapacidade é auditiva, os sinais auditivos devem ser substituídos por sinais sensoriais de outra ordem, para  que possam ser percebidos por outro sentido.  Um exemplo, é instalar uma luz intermitente que estará ligada ao telefone ou à campaínha da porta.

- As casas de banho são a divisão com mais risco de acidentes. Por isso é importante adaptar esta divisão o melhor possível, começando logo pela zona de duche que deve ter um piso anti-derrapante e ser o mais plano possível, para evitar escorregadelas e quedas.  Os armários devem ser adaptados e as bacias reguláveis em altura.

- Um acessório imprescindível são as barras de apoio que se colocam para acesso à sanita e à banheira ou duche, e que permitem que a pessoa se agarre para não cair.

- O modelo de lavatório não deve ser dos que têm pé, deve estar à altura correcta e ter uma única torneira que permite seleccionar a água quente/fria. Um boa opção é escolher uma torneira electrónica, daquelas que apenas deitam água após colocarmos as mãos por baixo e que param após as retirarmos.

- Na cozinha é importante que todos os electrodomésticos estejam à altura adequada e sejam de fácil abertura.  Os balcões devem estar a meia altura e ter zonas livres por baixo para que haja total liberdade de movimentos.  Os armários de despensa também devem estar a uma altura em que seja possível aceder-lhes com facilidade.

- Para evitar correr perigos, a zona de cozinhar com vidrocerâmica é a mais recomendada, já que é fácil de utilizar por ser mais plana. 

- No quarto, é importante que haja espaço suficiente em volta da cama que permita a deslocação sem problemas.  A cama não deve ser nem muito alta nem muito baixa, simplesmente tem de ser a adequada para a pessoa se deitar e levantar com a maior facilidade possível.