Este foi mais um ano de crise e assim continuará a
ser por tempo indeterminado. Penso que
este ano a crise, em vez de estragar o Natal vai fazer com que por fim o
vivamos como merece.
Na nossa sociedade consumista, o Natal há muito que
se converteu numa espécie de breve período de férias onde a maior parte das
pessoas gasta dinheiro a rodos e em que os mais pequenos esperm que os seus
Iphones ou os seus Blackberrys sejam renovados.
Que os Reis Magos ou o Pai Natal lhes tragam a Playstation ou o último
modelo da Wii. Ou que os brinquedos
anunciados incansavelmente na televisão se materializem nas suas salas como que
por magia, com artes de perlimpimpim. E
os adultos, muitas vezes estão tristes… É neste época que nos reunimos mais em
família e se notam os vazios… os que já cá não estão, ou os que estão mais não
vieram.
Há muitas pessoas que já nem sequer sabem o que
festejamos nesta data. O que sabemos é
que perdemos o Natal, sequestrado pelo consumismo e todos os anos falamos na
necessidade de recuperar o verdadeiro sentido do Natal. Todavia, as dificuldades são muitas. Estamos rodeados de tentações, de
publicidade, de toda uma parafernália que nos diz “o que devemos fazer”: comprar,
gastar, beber, comer, festejar… o quê ?
Esvaziámos o Natal do seu autêntico significado e
enchemo-lo com carnavalices inúteis.
Acostumámo-nos a usar o Natal para os nossos interesses pessoais. É uma boa desculpa para fazer uma farra com
os amigos, para se oferecer a si próprio um capricho qualquer ou para fazer uma
viagem.
Mas este ano podemos acabar com tudo isso. Estamos em crise, há menos dinheiro na
carteira e há que pensar nas contas de Janeiro.
E se para nós está a ser duro, o que dizer daqueles que ainda passam
pior porque perderam o seu trabalho ou a sua casa!
Menos farra, menos algazarra e mais alegria
autêntica. Vamos celebrar o verdadeiro
espírito do Natal, o nascimento, o renascimento, a alegria de estarmos vivos e
de podermos ser felizes com muito pouco do que é material. Vamos celebrar a alegria de estarmos juntos,
com amor genuíno, recuperando o sentido desta data sem a pressão do
consumismo. Vamos centrar-nos no essencial…
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