A perfeição não existe. E, como não é um objectivo, não pode ser uma meta. Só podemos querer chegar a um lugar que seja acolhedor, confortável e leve. Não é suposto o ser humano querer ir para um local desarmonioso e desarmonizado. Pois a perfeição é isso, um estado de exigência, de stresse, de angústia e depressão.
É um local em que o ser humano deposita demasiadas expectativas, mas é ao mesmo tempo um lugar desconhecido, pois visto não existir, nunca ninguém lá esteve. A não ser por breves instantes. O problema é que os homens não levam isso em consideração. Querem ser perfeitos. Lutam para ser perfeitos, julgam tudo o que é imperfeito retirando todo o seu valor. O homem só não percebe que:
O céu é perfeito.
O Universo é perfeito.
O céu alberga seres de luz. O mundo alberga homens, seres imperfeitos em busca do caminho da evolução. E como vão evoluir? Entrando em contacto com a imperfeição do mundo, para, e por conflito com essa mesma imperfeição, conseguirem evoluir, conseguirem avançar.
Agora imaginemos que o ser fosse perfeito. Não existiria conflito, e pelo facto de ser pelo conflito que se evolui, não haveria evolução. Era tudo perfeito, e a experiência da terra nunca teria existido...
E agora?
O que é preciso fazer?
É preciso fazer as pazes com a sua própria imperfeição. Aceitar que não somos perfeitos, e nem temos de ser.
Devemos, isso sim, fazer o melhor que sabemos, da maneira mais responsável. Só.
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